Permitam-me que não cumpra o protocolo - estou certo de que ninguém levará a mal - para cumprimentar um convidado muito especial, cuja presença muito nos honra e nos deixa muitos felizes, Francisco Sá Carneiro, filho do nosso Fundador. Muito obrigado pela sua presença neste momento em que a JSD procura homenagear da melhor forma o seu Pai.
Exmo. Sr. Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, agradeço-lhe por se ter associado desde a primeira hora a esta homenagem da Juventude Social Democrata. É uma honra para mim e para a JSD ter connosco o Chefe de Estado e o Mais Alto Magistrado da Nação.
Exmo. Sr. Presidente do PSD, Dr. Rui Rio, agradeço a sua presença e em si cumprimento todos os dirigentes e militantes do PSD aqui presentes e que nos acompanham virtualmente.
Exmos. Srs. Antigos Primeiros-Ministros de Portugal e antigos Líderes dos PSD, Dr. Durão Barroso, Dr. Pedro Santana Lopes, Dr. Pedro Passos Coelho e Dr. Rui Machete e Dr. Luís Marques Mendes, cuja presença agradeço e que demonstra o respeito que os diferentes Primeiros-Ministros e líderes do partido, ao longo da história sempre tiveram pelo legado de Francisco Sá Carneiro.
Cumprimento também o Dr. Paulo Portas, o Dr. António Bagão Félix e o Dr. Luís Coimbra, e em vós, todos os que não sendo militantes do Partido Social Democrata se disponibilizaram para participar neste Livro e nesta homenagem. Muito obrigado.
Cumprimento os dirigentes da JSD aqui presentes e todos os dirigentes e militantes da JSD que, fruto das circunstâncias, acompanham virtualmente esta sessão.
Sr. Presidente do Grémio Literário, Dr. António Pinto, agradeço a prontidão com que cedeu esta nobre casa das ideias, do pensamento e das letras – onde Francisco Sá Carneiro tanto gostava de vir – para esta sessão.
Agradeço à editora Lisbon Press a parceria e a edição deste livro da Juventude Social Democrata.
Ilustres convidados,
Nos 40 anos do trágico desaparecimento de Francisco Sá Carneiro, ao organizar este livro que reúne testemunhos de 40 personalidades da sociedade portuguesa, a Juventude Social Democrata pretendeu homenagear e evocar o nosso Fundador, o militante mais distinto e inigualável do PPD/PSD, o democrata convicto, o patriota reconhecido, o líder que os demais seguiam, e o estadista que marcou para sempre a democracia em que vivemos.
A JSD agradece a todos os Autores deste livro que, com o seu testemunho e a sua disponibilidade para refletir e escrever sobre Francisco Sá Carneiro, se associaram à nossa homenagem nesta data, o quadragésimo aniversário do “4 de dezembro”, que é sempre especial para qualquer militante do PSD, da JSD, mas também para muitos que – mesmo sem filiação partidária ou atividade política – veem Sá Carneiro como uma referência e inspiração.
Esta homenagem é também uma vontade de uma geração jovem.
Pensada e preparada por uma organização política de juventude, a homenagem espelha a vontade de que as ideias e o legado de Francisco Sá Carneiro inspirem a nossa geração. Uma inspiração para o envolvimento cívico, para o combate – que era o de Sá Carneiro - por um Portugal onde a liberdade, a igualdade de oportunidades, a justiça social, o desenvolvimento económico e social, a convergência europeia em qualidade de vida são realidades concretas para a vida dos nossos concidadãos.
Entre aqueles que conheceram Sá Carneiro em vida, é um exercício comum fazer a questão: como seria Portugal se a tragédia de Camarate não nos tivesse levado Francisco Sá Carneiro? A cada 4 de dezembro que passa, a questão – com saudade e tristeza – é feita por muitos.
Nestes 40 anos, pergunto-me: o que diria Francisco Sá Carneiro, que ainda jovem se envolveu na causa cívica e política, aos jovens de hoje? O que lhes diria para os motivar à participação na sua comunidade, ao envolvimento político, a não desistirem do seu país?
Pelo legado da ação política e pelo pensamento que deixou, não tenho dúvidas de que, constatando o afastamento crescente e evidente das novas gerações face ao fenómeno político, destas últimas décadas, faria da revolta interior uma fonte de inspiração. Inspiração ativa para convencer, mobilizar e atrair a juventude portuguesa para o combate cívico e político, derrotando a apatia e a descrença.
A revolta imaginada em Francisco Sá Carneiro pelo momento presente, deve ser o mote para a nossa ação para que, enquanto jovens preocupados, sejamos capazes de mobilizar a nossa geração para os desafios do futuro do nosso país. Em todas as áreas, a começar pela Política. Em todos os espaços: na escola, na academia, na ciência, nas artes, nas empresas, nos espaços digitais, nos movimentos cívicos e associativos, na sociedade como um todo.
Tal como Sá Carneiro, não podemos aceitar a vitória do determinismo da descrença ou a apatia inerte que grassa no nosso tempo. Temos de ter a pressa que teve quando sentimos que parar ou esperar é adiar o futuro do nosso país. Ainda que para isso tenhamos de fazer as ruturas necessárias - a começar na nossa ação política.
Os desafios que hoje se colocam a qualquer jovem português não são, naturalmente, os mesmos de 1980.
Em 40 anos, o mundo mudou muito. Digitalizou-se, globalizou-se como nunca, a automação e a inteligência artificial ganham cada vez mais peso nas nossas sociedades. As tecnologias de informação, as redes sociais e os dados revolucionaram as nossas relações interpessoais e sociais. As alterações climáticas ameaçam territórios, espécies e impactam a vida de milhões de pessoas.
A igualdade de género e a não discriminação sob qualquer forma são hoje marcas essenciais do pensamento das novas gerações. A democracia liberal enfrenta o descrédito de muitos e os movimentos populistas e radicais procuram convencer os eleitorados com soluções fáceis, enganosas e miraculosas.
Um jovem português em 2020 vive neste ambiente, enfrentando todos estes desafios neste início do século XXI.
Em Portugal, embora com os avanços assinaláveis que a Democracia e a pertença europeia foram capazes de cumprir para o bem-estar de todos, alguns problemas persistem no quotidiano e nas aspirações de muitos jovens: o atraso crónico face à Europa, a tardia emancipação, o difícil acesso à Habitação, os baixos salários, a desigualdade económica, social e territorial.
Retomando à vontade que a JSD pretende inspirar a partir desta homenagem, deste livro em torno de Francisco Sá Carneiro, acredito firmemente que precisamos dos seus ideais.
Precisamos da sua visão social-democrata, da sua ação arrojada e ousada, do seu pensamento personalista e humanista…
Para que ninguém fique para trás;
Para que o trabalho e o mérito sejam sinónimos de progresso social;
Para que as diferenças de proveniência regional ou de berço não limitem o sonho de muitos;
Para que solidariedade não seja palavra morta;
Para que o país consiga derrubar atrasos e bloqueios crónicos;
Para que a juventude tenha futuro no nosso País.
Há um país que ainda não foi feito, um país idealizado e sonhado por Francisco Sá Carneiro que falta materializar, um país onde a liberdade e a igualdade de oportunidades são duas faces da mesma moeda no caminho para o desenvolvimento.
A JSD prossegue esse país por fazer, esse sonho inacabado de Francisco Sá Carneiro.
Muito obrigado.
Discurso Francisco Sá Carneiro
4 de Dezembro de 2020
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